Carta dos Oficiais: Exército identifica autores e militares envolvidos enfrentarão inquérito policial militar por indícios de crime em documento polêmico

O Exército Brasileiro concluiu a sindicância sobre a polêmica “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa”, que sugeria uma pressão para adesão a um golpe de Estado. As informações foram publicadas por Monica Gugliano para o jornal Estadão.
O documento, assinado por 37 militares, foi entregue ao então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, em 28 de novembro de 2022. A sindicância identificou 26 militares, incluindo os quatro autores, que agora enfrentam um Inquérito Policial Militar (IPM) por indícios de crime.
O manifesto, que continha críticas veladas ao Poder Judiciário e mencionava compromissos com a legalidade, foi considerado uma tentativa de interferência nas decisões do comandante do Exército na época, general Marco Antônio Freire Gomes.
A investigação revelou a participação de 12 coronéis, 9 tenentes-coronéis, 1 major, 3 tenentes e 1 sargento, com os principais redatores sendo dois coronéis da ativa e dois da reserva.
Apesar das punições disciplinares aplicadas a 26 dos envolvidos, incluindo advertências e detenções, o IPM foi instaurado para apurar possíveis crimes.
O inquérito terá 30 dias para ser concluído, com possibilidade de prorrogação. O Ministério Público Militar, que fiscaliza a investigação, pode requisitar novas diligências ou ampliar o número de investigados.
A carta foi descoberta durante as investigações da Polícia Federal, após o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes, que afirmou que o documento visava pressioná-lo a apoiar um golpe de Estado.
A descoberta e investigação do documento marcaram um raro caso de manifestação política nas Forças Armadas resultando em inquérito policial militar, potencialmente levando a consequências criminais.