Eleições de 2024 têm 6.649 candidatos militares: Mesmo contrário, PT registra 140; PL lidera com 1.015

Segundo levantamento da Folha de São Paulo, as eleições municipais de 2024 terão pelo menos 6.600 candidatos que declaram profissão militar ou policial, ou que têm nomes de urna que fazem referência a forças de segurança. Mesmo com críticas e propostas para limitar a participação de militares na política, o Partido dos Trabalhadores (PT) apresentou 140 candidatos desse perfil. Por outro lado, o Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro lidera com 1.015 candidatos.
Abaixo a lista de partidos que registraram candidatos militares nas eleições de 2024:
- PL: 1.015 candidatos
- Republicanos: 601 candidatos
- União Brasil: 566 candidatos
- PP: 534 candidatos
- MDB: 518 candidatos
- PSD: 466 candidatos
- Podemos: 372 candidatos
- PRD: 331 candidatos
- PSB: 266 candidatos
- PSDB: 253 candidatos
- PDT: 245 candidatos
- Novo: 213 candidatos
- Avante: 206 candidatos
- Solidariedade: 193 candidatos
- PT: 140 candidatos
- Cidadania: 69 candidatos
- Rede: 37 candidatos
- PV: 31 candidatos
- PSOL: 18 candidatos
- PC do B: 17 candidatos
- PCO: 1 candidato
Protagonismo dos candidatos militares
Os partidos à direita, como PL, Republicanos e União Brasil, são os que mais investiram em candidatos ligados às forças de segurança. O PL, por exemplo, dobrou o número de candidatos militares em comparação a 2020, mostrando sua estratégia de dar protagonismo a policiais, delegados e militares na disputa eleitoral — apostando menos em candidatos de alta patente, como generais e coronéis.
O PL terá nestas eleições o número de 1.015 candidatos militares ou das forças auxiliares. Dentre os 14 candidatos a prefeito em capitais pelo PL, quatro são policiais.
Esse movimento contrasta com os partidos de esquerda, onde há uma presença menor, mas ainda relevante, como no caso do PT.
A Contradição do PT
Apesar de adotar um discurso crítico em relação à participação de militares na política, o PT lançou 140 candidatos com perfil militar ou policial. O PT tem defendido propostas que visam limitar a participação de militares na política.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo governo Lula pretende proibir militares da ativa de disputarem eleições ou ocuparem cargos no primeiro escalão do Executivo. Além disso, o projeto propõe que os militares sejam transferidos para a reserva ao registrarem candidatura, sem possibilidade de retorno à carreira e sem remuneração, salvo se já tiverem cumprido 35 anos de serviço.