Um soldado da Polícia Militar, Leonardo Qualio, foi preso em março durante a Operação Gravatas, acusado de ajudar uma facção criminosa. Segundo as investigações, Leonardo passava informações importantes sobre operações policiais e boletins de ocorrência para os líderes do Comando Vermelho, permitindo que eles monitorassem as atividades da polícia e tomassem medidas contra possíveis informantes. A informação é do site O Documento.

Na última quinta-feira,15 de agosto, o Conselho de Justiça Militar decidiu, por unanimidade, conceder liberdade provisória a Leonardo. No entanto, ele perdeu o direito de portar arma de fogo e só poderá desempenhar funções administrativas dentro da polícia.

A Operação Gravatas também teve como alvos quatro advogados: Roberto Luís de Oliveira, Tallis de Lara Evangelista, Hingritty Borges Mingotti e Jéssica Daiane Maróstica, que ajudavam a facção criminosa ao enviar documentos confidenciais e facilitar a comunicação entre líderes presos e membros soltos.

Além disso, três líderes da facção, já presos, também foram implicados na operação e  detidos em um presídio da Capital. Eles e os advogados são acusados de crimes como tráfico de drogas e associação criminosa.

Segundo a investigação, Qualio fornecia informações cruciais à organização criminosa por meio dos boletins de ocorrência do Sistema de Segurança Pública Estadual (SROP). Os líderes da facção, junto com quatro advogados e um policial, teriam atuado fora da lei, atrapalhando investigações, repassando informações em tempo real e auxiliando em crimes graves, como tortura, ao coletar dados das vítimas .

Mesmo assim, a decisão do Conselho, formado pelos tenentes Olenil Natos Correa, Wilson Carmo Lemes da Silva e Jean Klebber Britto da Silva, além do capitão Paulo Cesar de Campos Junior, seguiu o voto do juiz Moacir Rogério Tortato.

Eles consideraram que Leonardo já estava preso há mais de 150 dias e que a fase de coleta de provas do processo já tinha sido concluída, permitindo que uma medida menos severa fosse aplicada.