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Almirante de Esquadra aproveita evento da Marinha e desabafa: “ainda prevalece a noção equivocada de que o pacifismo é o bastante para isentar-nos de ameaças”

por Campos 08/07/2024
Almirante de Esquadra aproveita evento da Marinha e desabafa: “ainda prevalece a noção equivocada de que o pacifismo é o bastante para isentar-nos de ameaças”

O Almirante de Esquadra Paulo Martino Zuccaro desabafou num evento da Marinha sobre a visão superficial que a sociedade tem do que é, de fato, a defesa nacional.

Segundo ele, é justamente essa noção equivocada que pode levar à inexistência de Forças Armadas competentes, equipadas e aprestadas (preparadas).

“Ainda prevalece a noção equivocada de que o pacifismo que nos é peculiar é o bastante para isentar-nos de ameaças oriundas de outros atores do sistema internacional”.

A importante fala aconteceu durante o simpósio O Poder Naval e os Desafios Contemporâneos, que aconteceu no último dia 2 de julho na Escola de Guerra Naval, no Rio. O simpósio foi promovido pelo CEPE-MB (Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil), do qual Zuccaro é presidente. 

Na oportunidade, cerca de 430 estudantes, civis e militares, acadêmicos e pesquisadores debateram a relevância do Poder Naval, um dos pilares fundamentais para a segurança e projeção de poder, assim como a defesa dos interesses marítimos do Brasil e a necessidade de adaptabilidade constante da Força Naval diante da evolução e das novas dinâmicas geopolíticas.

Zuccaro também enfatizou que, apesar das ameaças contemporâneas, elas não substituem as tradicionais, como a pirataria. Elas, na verdade, se somam. 

“Para fazer frente a essa combinação de possibilidades, as Marinhas do presente e do futuro têm que ser capazes de atuar em todo o espectro de possibilidades de emprego do Poder Naval, desde a cooperação até o conflito armado propriamente dito”.

Países neutros estão revendo sua posição e buscando alianças militares

A tensão mundial provocada por guerras e ameaças de conflitos em regiões como Ucrânia, Rússia, Israel, Palestina, Irã, China, Taiwan, Venezuela, Coreias do Sul e do Norte e Guiana têm levado países historicamente neutros a rever sua política.

Nos últimos tempos, nações como Finlândia e Suécia resolveram entrar para a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Áustria e Irlanda, na Europa, e os países sul-americanos também estão sendo obrigados a repensar suas configurações de defesa nacional.