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A aposentadoria prematura dos submarinos da Classe Los Angeles: O erro estratégico da Marinha Americana que pode custar caro

por Jefferson S Publicado em 30/07/2024
A aposentadoria prematura dos submarinos da Classe Los Angeles: O erro estratégico da Marinha Americana que pode custar caro

Os submarinos de ataque da classe Los Angeles, conhecidos como 688 class, têm sido uma pedra angular do poder naval dos Estados Unidos desde sua introdução em 1976.

Construídos pela Newport News Shipbuilding, esses submarinos nucleares são equipados com sonar avançado, sistemas de guerra eletrônica e mísseis de cruzeiro Tomahawk, tornando-os combatentes subaquáticos formidáveis.

Com um deslocamento de 6.900 toneladas e capacidade de cruzeiro a mais de 28 mph, essas embarcações oferecem uma combinação única de furtividade e resistência.

Apesar das capacidades comprovadas, a Marinha dos EUA está aposentando esses submarinos, o que levanta preocupações sobre a manutenção da dominância subaquática em meio a ameaças crescentes da China e Rússia. Manter e modernizar esses submarinos poderia ser crucial para enfrentar os desafios futuros.

A classe Los Angeles, ou 688 class, é considerada por muitos como o maior submarino de ataque nuclear do mundo. Se não é o maior, certamente é o mais onipresente. O USS Los Angeles (SSN-688), o primeiro submarino dessa classe, foi comissionado em 1976, substituindo a classe Sturgeon.

O submarino padrão da classe Los Angeles é equipado com quatro tubos de torpedo e pode carregar até vinte e cinco torpedos, além de ser capaz de lançar os potentes mísseis de cruzeiro Tomahawk.

Os submarinos da classe Los Angeles também possuem sistemas avançados de sonar, tornando-os altamente capazes de detectar e rastrear embarcações inimigas. Equipados com sofisticados sistemas de guerra eletrônica, eles defendem-se eficazmente contra ataques inimigos.

Movidos por um único reator nuclear, esses submarinos possuem um alto grau de furtividade e resistência. Com um deslocamento de aproximadamente 6.900 toneladas quando submersos, podem cruzeirar a mais de 28 milhas por hora e mergulhar a mais de 900 pés de profundidade. A tripulação de um submarino da classe 688 inclui 143 pessoas, sendo dezesseis oficiais e 127 pessoal alistado.

O custo de um submarino de ataque da classe Los Angeles é cerca de 1 bilhão de dólares para construir e aproximadamente 50 milhões de dólares por ano para manter.

Comparado aos porta-aviões americanos, que custam dezenas de bilhões para construir e centenas de milhões para manter, os submarinos são uma pechincha. Além disso, submarinos como os da classe Los Angeles requerem apenas uma fração da tripulação necessária para operar um porta-aviões.

Apesar dessas vantagens, a Marinha continua a aposentar sua frota de submarinos da classe Los Angeles, mesmo sem substitutos suficientes disponíveis. Há muita discussão sobre o que fazer com muitos desses submarinos que estão sendo retirados.

Investir na modernização e extensão da vida útil deles seria uma solução, além de considerá-los para venda a aliados, como a Austrália, para aumentar a interoperabilidade e fortalecer as marinhas aliadas contra a crescente ameaça da China.

Em 2024, ainda há quarenta e um submarinos da classe Los Angeles em serviço na Marinha dos Estados Unidos, e espera-se que permaneçam em serviço até pelo menos 2030, quando serão substituídos pelos novos submarinos da classe Virginia.

No entanto, devido a restrições orçamentárias, inércia burocrática, falta de vontade política e complicações tecnológicas, a probabilidade de substituição total dos submarinos da classe Los Angeles pelos da classe Virginia é baixa. Isso criará lacunas significativas na força submarina dos Estados Unidos, impactando negativamente a posição estratégica global do país.

Fonte: National Interest ORG

Jefferson S

Jefferson S

Ex-militar das Forças Armadas com experiência em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva (Sebrae-RJ) e certificado como especialista de investimentos pela ANCORD, tendo atuado nos maiores escritórios da XP investimentos. Analiso e produzo conteúdos para a internet desde 2025, meu primeiro blog foi o "bizu de militar", onde passava dicas para os recrutas no Exército. Atuo na Sociedade Militar trazendo análises e conteúdos relacionados a Geopolítica, Tecnologia militar, Industria de Defesa e Inteligência Artificial.