Em uma demonstração impressionante de poder militar, a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizaram exercícios aéreos conjuntos nesta semana, envolvendo cerca de 30 aeronaves, incluindo o avançado caça F-22 Raptor dos EUA. Esta é a primeira vez que o F-22 participa de um exercício em nível de esquadrão desde sua introdução em 1997.

Os exercícios, realizados em uma região oriental da Coreia do Sul, tinham como objetivo aprimorar as capacidades de interdição aérea. Essas operações são projetadas para atrasar ou interromper as forças inimigas antes que possam representar uma ameaça para as forças aliadas.

A atividade faz parte do exercício Buddy Squadron, que começou no dia 24 de junho e dura cinco dias. Segundo a Força Aérea, citada pelo Korea Times, “Esta foi a primeira vez que o F-22 participou de um exercício em nível de esquadrão, realizado pela primeira vez em 1997.”

O exercício conjunto ressalta o compromisso dos aliados em manter a prontidão e a dissuasão contra ameaças da Coreia do Norte. No entanto, o número exato de F-22s que participaram do exercício mais recente não foi divulgado.

Um F-22 Raptor, designado para a Base Conjunta de Pearl Harbor-Hickam, realizou uma inspeção de campo aéreo sobre a Base Aérea de Kunsan, na Coreia do Sul, em 13 de maio de 2024. A parceria com aliados regionais para operações de combate ágeis demonstra o compromisso das Forças Aéreas do Pacífico em proteger uma região do Indo-Pacífico livre e aberta (Foto da Força Aérea dos EUA por Sargento Nicholas Ross).

Este último exercício é o segundo do ano envolvendo os F-35A sul-coreanos e os F-22s dos EUA. Ambos os jatos, categorizados como caças de quinta geração, são renomados por suas capacidades furtivas e aviônicos avançados, tornando-os algumas das aeronaves mais formidáveis do mundo.

Os exercícios aéreos conjuntos seguem um raro treinamento de combate aéreo realizado em 16 de maio, onde um par de F-22 Raptors da Força Aérea dos EUA engajou-se em treinamento de combate aéreo com F-35As sul-coreanos sobre a Península Coreana, conforme relatado anteriormente pelo EurAsian Times.

Quatro Raptors, designados para os 19º e 199º Esquadrões de Caças Expedicionários da Base Conjunta de Pearl Harbor-Hickam, no Havaí, chegaram no mês passado à Base Aérea de Kunsan, na Coreia do Sul.

Embora a presença de Raptors na ou perto da Coreia do Sul seja incomum, não é sem precedentes. Em fevereiro de 2023, bombardeiros B-1 Lancer e F-22 Raptors voaram ao lado de F-35s sul-coreanos sobre o Mar Amarelo.

Em dezembro de 2022, F-22s, junto com jatos F-35 e F-15K sul-coreanos, escoltaram um bombardeiro B-52 perto das águas da península. Os Raptors também participaram da exposição de defesa de Seul em outubro de 2023.

O momento do exercício de 26 de junho é significativo, ocorrendo na esteira de provocações militares persistentes da Coreia do Norte, incluindo lançamentos consecutivos de balões carregando lixo e um teste de míssil balístico fracassado, possivelmente envolvendo um míssil hipersônico.

Nas últimas semanas, as tensões na Península Coreana aumentaram significativamente, com a Coreia do Norte lançando mais de 1.000 balões em direção à Coreia do Sul desde maio. Pyongyang alega que esses balões são represálias contra ativistas sul-coreanos que enviam folhetos críticos ao líder norte-coreano Kim Jong Un.

Uma análise sul-coreana desses balões, especialmente aqueles enviados entre o final de maio e o início de junho, revelou que os balões carregavam solo contendo parasitas, que o Ministério da Defesa Nacional da Coreia do Sul sugeriu que poderiam ter se originado de fezes humanas devido aos genes humanos detectados.

Além disso, os balões incluíam roupas danificadas de uma marca sul-coreana e itens com imitações de personagens da Disney, sinalizando a aparente hostilidade da Coreia do Norte em relação aos produtos sul-coreanos.

Em resposta, os militares sul-coreanos alertaram sobre a possibilidade de reiniciar transmissões de propaganda por alto-falantes ao longo da fronteira, prática pausada nos últimos anos. Se Seul cumprirá essa ameaça dependerá das futuras ações da Coreia do Norte, disseram os militares.

Além disso, a Coreia do Sul realizou recentemente exercícios de fogo real ao longo de sua fronteira marítima ocidental disputada com a Coreia do Norte. Esses exercícios marcaram os primeiros desde que Seul suspendeu um acordo de 2018 para reduzir tensões militares na linha de frente no início deste mês.

Em meio a essas tensões crescentes, um porta-aviões da Marinha dos EUA chegou à Coreia do Sul no fim de semana, antes dos planejados exercícios trilaterais com a Coreia do Sul e o Japão nas águas próximas à península.

Este desdobramento faz parte de uma série de movimentos militares dos EUA destinados a reafirmar o compromisso “inquebrável” de Washington com seu aliado na Coreia do Sul.

Reforçando ainda mais sua aliança, autoridades dos EUA e da Coreia do Sul assinaram um novo memorando de entendimento em 24 de junho, focando no compartilhamento de inteligência diplomática e análise. Este acordo sublinhou a crescente colaboração entre as duas nações para enfrentar os desafios de segurança regional.

Em um desenvolvimento relacionado, autoridades do Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos realizaram uma chamada trilateral e emitiram uma declaração conjunta expressando grave preocupação com a crescente cooperação de segurança entre Rússia e Coreia do Norte.

A declaração condenou a cooperação militar entre Pyongyang e Moscou, particularmente as contínuas transferências de armas da Coreia do Norte para a Rússia, que, segundo eles, prolongam o sofrimento do povo ucraniano, violam múltiplas Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e ameaçam a estabilidade tanto no nordeste da Ásia quanto na Europa.