Submarino nuclear russo sofreu danos na sua ida a Cuba; Imagens mostram casco “despedaçando” e levantam questões

A visita do submarino nuclear russo Kazan ao porto de Havana, em Cuba, na última semana, gerou um alvoroço nas redes sociais após a divulgação de imagens que mostram danos significativos no casco da embarcação.
De acordo com o Newsweek, o submarino, que estava acompanhado por outros navios de guerra russos, atracou em Havana no dia 12 de junho e partiu na segunda-feira, após uma estadia de cinco dias para a realização de exercícios militares planejados.
Os danos no Kazan foram amplamente discutidos nas redes sociais, com observadores da guerra em curso entre Rússia e Ucrânia compartilhando fotos que revelam buracos visíveis no casco do submarino.
“O submarino russo começou a se desintegrar durante sua viagem a Cuba”, escreveu Igor Sushko, um blogueiro militar ucraniano e diretor executivo do Wind of Change Research Group, em um post na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter. Ele também sugeriu, em tom de brincadeira, que a melhor ação seria declarar emergência e se dirigir a um porto na Flórida para deserção.
The Russian submarine started falling apart during its trek to Cuba. Will it make it back to Russia?? 😂
I say declaring an emergency and heading to a port a few hours away in Florida to defect is the best course of action. https://t.co/JWdleDaXYW pic.twitter.com/8YqHu6nMsR— Igor Sushko (@igorsushko) June 17, 2024
Especialistas apontam que submarinos normalmente são equipados com revestimentos furtivos, ou azulejos anecoicos, que absorvem ondas sonoras para torná-los menos vulneráveis a ataques e mais difíceis de serem detectados por navios inimigos.
No entanto, não é incomum ver áreas desses revestimentos faltando nos cascos dos submarinos. Marijn Markus, um cientista de dados baseado na Holanda, comentou no LinkedIn que o Kazan estava “se desfazendo” durante a visita a Cuba, e que seus painéis de isolamento acústico estavam caindo, o que tornaria o submarino muito barulhento debaixo d’água e facilmente detectável por sonar.
Durante a estadia em Havana, mergulhadores russos foram vistos ao redor do submarino, aparentemente tentando realizar reparos. Surpreendentemente, o Kazan tem apenas seis anos de uso, mas já apresenta problemas significativos com a perda de revestimentos.
H.I. Sutton, pesquisador de segurança marítima, explicou em um artigo para a Forbes que os revestimentos anecoicos são um desafio de engenharia, pois precisam permanecer fixados em condições extremas. Ele destacou que a Marinha dos Estados Unidos e a Marinha Real enfrentam problemas semelhantes com seus revestimentos furtivos, e que a Marinha Russa, operando em condições adversas no Ártico, sofre com desafios adicionais.
Os danos visíveis no Kazan levantam questões sobre a integridade e a segurança da embarcação, bem como a eficácia dos programas de manutenção da Marinha Russa. A situação também chama atenção para os desafios enfrentados por todas as marinhas ao tentar manter seus submarinos operacionais e furtivos em ambientes difíceis.
Enquanto isso, a Rússia continua a realizar seus exercícios militares no Mar do Caribe, um movimento que os Estados Unidos afirmam não considerar alarmante. Contudo, a condição do Kazan em Havana certamente atraiu os olhos do público e especialistas para a capacidade operacional da frota submarina russa.