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Tensão nas alturas: navios de guerra russos em Cuba e a resposta dos militares dos EUA

por Rafael Cavacchini 14/06/2024
Tensão nas alturas: navios de guerra russos em Cuba e a resposta dos militares dos EUA

Na quarta-feira, dezenas de residentes de Havana se reuniram para assistir à chegada de navios de guerra russos ao principal porto de Cuba. Trata-se sobretudo de uma demonstração de força naval de Moscou em meio a crescentes tensões com os Estados Unidos.

A nação caribenha, vizinha dos EUA a apenas 150 km de distância, mantém relações tensas com Washington há décadas.

Fragata Almirante Gorshkov se desloca para Cuba. Foto: Divulgação

Apesar de não ser a primeira vez que navios da marinha russa visitam Cuba, este comboio é o maior em vários anos. A frota permanecerá em Havana entre os dias 12 e 17 de junho, com o público podendo fazer passeios pelas embarcações.

Razões para a Presença Naval

A visita seria “amigável” e de rotina, de acordo com autoridades cubanas. Os dois países farão exercícios de treinamento militar em conjunto. Contudo, analistas veem a ação como um movimento estratégico de Moscou para mostrar força naval próximo aos EUA. Essa movimentação ocorre após o presidente Joe Biden permitir que a Ucrânia ataque alvos russos com armas americanas, o que aumentou as tensões entre os dois países.

Submarino nuclear russo Kazan também está em Havana. Foto: Divulgação

A frota russa inclui:

  • Almirante Gorshkov: Fragata moderna equipada com mísseis hipersônicos Zircon, mísseis de cruzeiro Kalibr e Oniks.
  • Kazan: Submarino nuclear equipado com mísseis Kalibr e Oniks.
  • Pashin: Petroleiro.
  • Nikolai Chiker: Rebocador de resgate.

Reações dos EUA e da Rússia

Os EUA minimizaram publicamente a importância da ação. De acordo com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, exercícios navais são rotineiros e não há sinais de transferência de mísseis para Havana. A Rússia afirmou que a frota realizou exercícios no Atlântico e que a presença dos navios não representa uma ameaça para a região.

A exibição naval de Moscou é vista como um lembrete aos EUA de que a interferência em sua vizinhança é desagradável, além de tranquilizar aliados latino-americanos como Cuba e Venezuela. Embora não seja uma repetição da Crise dos Mísseis de 1962, a movimentação ressalta sobretudo a crescente cooperação entre Rússia e Cuba em um cenário de sanções econômicas e tensões internacionais.


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