A nova aposta da Rússia: Superporta-aviões de 90 mil toneladas com Caças Su-57 para combater o poder naval americano

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O ex-vice-chefe do Estado-Maior Principal da Marinha Russa, o almirante aposentado Vladimir Pepelyaev, declarou que a Marinha Russa deveria ser capaz de construir um porta-aviões promissor com um deslocamento entre 70 e 90 mil toneladas e equipá-lo com uma variante naval do caça Su-57.
Após se aposentar de seu cargo anterior, o almirante Pepelyaev foi encarregado de desenvolver um porta-aviões no Instituto de Pesquisa Krylov. Em entrevista à agência Ria, ele afirmou: “Nosso porta-aviões promissor deve ter um deslocamento entre 70 e 90 mil toneladas, mas o mais importante não é o deslocamento, nem os drones aéreos, mas as aeronaves. Hoje, temos Su-33 e MiG-29K/Cube. No futuro, nosso porta-aviões deve estar armado com Su-57.”
As declarações ocorrem em meio aos ataques persistentes da Ucrânia à Frota do Mar Negro da Rússia (BSF), que já sofreu graves perdas. Mais de dois anos após o início da guerra, a BSF perdeu alguns de seus navios mais avançados e antigos para os ataques de Veículos Aéreos Não Tripulados (UAV) e Veículos de Superfície Não Tripulados (USV) ucranianos.
A necessidade de um porta-aviões vai além do número de outros navios que a Marinha Russa possui. Como uma das maiores potências militares do mundo, a Rússia não tem um porta-aviões em funcionamento. Em contraste, os Estados Unidos possuem 11 e a China tem três.
O almirante Pepelyaev tem sido um defensor vocal da necessidade de um porta-aviões para combater ameaças no mar. Ele afirmou anteriormente a necessidade da Rússia manter uma presença naval forte em regiões-chave e projetar poder globalmente. Ele também argumentou que porta-aviões são essenciais para projeção de poder e para garantir a segurança nacional em um cenário geopolítico cada vez mais complexo.
Quando questionado sobre o número de porta-aviões necessários para a Marinha Russa, o ex-vice-almirante sugeriu que pelo menos quatro porta-aviões seriam necessários: dois para a Frota do Pacífico e dois para a Frota do Norte.
Em janeiro deste ano, o Comandante da Marinha Russa, Almirante Nikolay Yevmenov, disse que a questão da criação de uma aeronave naval promissora foi abordada. Seu uso aumentará a eficácia de várias tarefas operacionais.
Esse sonho, no entanto, parece distante, já que a indústria de defesa russa continua sobrecarregada por uma economia de guerra e esmagada por sanções internacionais. Um projeto ambicioso de porta-aviões foi revelado em 2017, mas não houve progresso significativo, e se os relatos forem verdadeiros, ainda está em andamento.
A Rússia possui um porta-aviões, o Admiral Kuznetsov, que entrou em serviço em 1991. Ao longo de sua história operacional, o porta-aviões encontrou inúmeros problemas.
Mesmo que o Kuznetsov sobreviva aos testes no mar programados, equipar o navio com uma ala aérea totalmente operacional provavelmente permanecerá uma tarefa gigantesca para a Rússia. O porta-aviões realizou apenas uma missão de combate em seus quase 30 anos de vida útil.
O retorno do único porta-aviões da Rússia seria um marco. No último julho, relatos indicaram que o Kuznetsov poderia iniciar testes no mar na primavera de 2024 e entrar em serviço até o final do ano. No entanto, esse cronograma parece ter sido adiado.
Vários analistas militares explicaram que a Rússia ostentava uma marinha poderosa desde a era da Guerra Fria. Gastou dinheiro em submarinos, destruidores, fragatas e cruzadores, todos contribuindo para tornar a Rússia uma formidável potência naval. Moscou possui a frota de submarinos mais diversa do mundo. Como um componente crucial de sua dissuasão estratégica, acredita-se que alguns desses submarinos são capazes de lançar mísseis balísticos com ogivas nucleares.
No entanto, a Rússia continua a lutar com o que são reconhecidos como instrumentos de projeção de poder global: porta-aviões. Críticos ocidentais observaram que, enquanto a Rússia possui uma frota considerável de navios “globais” com fortes capacidades ofensivas, carece de porta-aviões e, consequentemente, da capacidade de projetar poder.
O ex-vice-chefe do Estado-Maior da Marinha Russa revelou planos no início deste ano para desenvolver uma variante naval do caça Su-57 para operações futuras em porta-aviões. A revelação dos planos da Rússia coincide com o desenvolvimento pela China do caça furtivo J-35, uma variante baseada em porta-aviões do FC-31, especificamente projetada para operações em porta-aviões chineses.
Mesmo se posicionando como uma grande potência militar, a Rússia carece de uma capacidade crítica que os EUA e a China parecem estar alcançando.
De acordo com o EurAsian Times, os desafios enfrentados pela Rússia em relação aos porta-aviões e caças embarcados mostram a dificuldade em manter uma marinha que possa competir globalmente, especialmente sob a pressão de sanções e um esforço de guerra contínuo.