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A nudez do deputado militar Hélio Lopes e o protagonismo do PSOL

por Robson Augusto 22/04/2024
A nudez do deputado militar Hélio Lopes e o protagonismo do PSOL

Uma crítica bem encaixada feita pelo Montedo, CEO de um dos sites militares mais influentes do país, ao mencionar artigo postado na Revista Sociedade Militar, deixa bem claro o prejuízo causado pela ausência de representação política dos militares brasileiros. Montedo fala sobre a mudez, a falta de argumentação, de defesa de seus pares, de um deputado federal, mas a menção acaba desnudando e deixando a vista de todos os companheiros de caserna seu verdadeiro comportamento atual, distante dos problemas do dia a dia enfrentados pela família militar, uma inversão daquilo que anuciava em suas primeiras candidaturas.

Com exceção dos generais, que representam quase sempre a si mesmos nas tribunas das casas políticas, contando quase sempre com o sorriso compreensivo de deputados e senadores previamente brindados com condecorações militares por bons serviços prestados, o restante da tropa não possui – com raríssimas excessões – representantes que ousem dizer verdades e cobrar atitudes em favor dos militaresque ocupam lugar na base da estrutura das Forças Armadas.

Hélio Lopes, deputado federal em segundo mandato e que em passado quase esquecido mencionou a exaustiva jornada de trabalho de militares e questões de saúde como plataforma de campanha, ao ser eleito deu uma guinada e aparentemente optou pela subserviência aos estrelados. Talvez os títulos honoríficos de “grande oficial” tenham influenciado para que defenda com unhas e dentes tudo que seja da lavra de um general e esqueça que um dia sua esposa esteve nas intermináveis filas de marcação de consulta em um hospital militar. A subserviência de políticos de direita aos generais   em grande parte é que faz que com sindicalistas sem sindicatos e psolistas se tornem protagonistas em épocas de “vacas magras”.

Texto do Montedo

“Quem acompanha o blog há mais tempo sabe que sempre defendi a representatividade dos militares federais na política.

Um dos efeitos do fenômeno Bolsonaro foi a eleição de vários militares para o Congresso Nacional. O discurso da quase totalidade desses parlamentares, oficiais em sua grande maioria, é em defesa dos interesses das Forças Armadas como um bloco único, passando ao largo das particularidades inerentes à cada posto ou graduação.

A expressiva votação em dois pleitos habilita o subtenente Hélio Bolsonaro a lutar pelos interesses dos “estamentos inferiores*”. Como sabemos, o deputado carioca optou pela mudez quase permanente e alinhamento automático aos estrelados.

Sem representatividade política, restou aos prejudicados o patético papel de vagar pelos corredores do Congresso, abraçando-se à oportunistas de plantão, ávidos por qualquer pauta que lhes aumente a visibilidade; hoje, esse ‘bastão demagógico’ está nas mãos de Glauber Braga et caterva psolista.

Em minha vida fora da ‘bolha castrense’ – sim, ela existe! – aprendi que, no mais das vezes, audiências públicas servem apenas de vitrine para políticos aproveitadores.

Agora, analisemos o caso em tela:

Um cabo reformado do Exército, legitimado por um mandato popular e com conhecimento – e vivência! – de causa, expõe claramente à alta cúpula da Defesa as dificuldades enfrentadas pelos integrantes do Quadro Especial em função da Lei 13.954.

O deputado Albuquerque (Republicanos – RR) extraiu do Comandante do Exército uma resposta respeitosa e esclarecedora, além do compromisso público do general em conversar sobre o assunto.

Em poucas palavras,  o parlamentar fez mais em prol dos militares de patentes inferiores do que toda a retórica demagógica de “representantes” que não representam ninguém, a não ser a si próprios.

É preciso aprender com a política. Ou viver como seu refém.” (Texto em montedo.com)

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar