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Confira como estão atualmente os campos de batalhas da Primeira Guerra Mundial

por Rafael Cavacchini Publicado em 20/01/2024
Confira como estão atualmente os campos de batalhas da Primeira Guerra Mundial

Entre julho de 1914 e novembro de 1918, o mundo vivia a tensão da Primeira Guerra Mundial, conflito que vitimou aproximadamente 20 milhões de pessoas. Mais de 100 anos após o fim do conflito, algumas cicatrizes daquela época permanecem nos campos que serviram para as mais sangrentas batalhas. Confira alguns desses locais.

1. Monte Piana – Itália

O Monte Piana está localizado entre Itália e Áustria e é chamado de Museu ao Ar Livre da Primeira Guerra Mundial.

Trincheiras italianas da Primeira Guerra Mundial em Monte Piana.

Aproximadamente 20 mil soldados morreram nesta região em decorrência das batalhas e do frio, entre 1915 e 1917.

2. Verdun – França

Abaixo, algumas fotos dos palcos da Batalha de Verdun, no leste da França. Verdun foi a mais longa e mais mortífera batalha de toda Primeira Guerra Mundial.

Campo de Batalha de Verdun, hoje: cada uma das depressões representam uma cratera feita por bombas e artilharia.
Fortaleza abandonada em Verdun.

Estima-se que quase 1 milhão de alemães e franceses tenham morrido no local. Por isso, especialmente os ingleses chamavam o local de “Moedor de Carnes de Verdun”. Todos os anos, pelo menos 10 mil toneladas de material bélico são retiradas destes campos. Esqueletos, projéteis e outros traços da guerra ainda são encontrados por lá até hoje.

3. Cratera de Lochnagar – França

Esta impressionante cratera situada na vila de La Boisselle, em Somme, possuí 90 metros de diâmetro e 22 metros de profundidade. Trata-se da mais bem conservada cratera do mundo com essas características e a única aberta à visitação.

Vista aérea da cratera, em fotografia tirada utilizando um drone.

A Cratera de Lochnagar surgiu após a explosão de uma mina britânica subterrânea em 1916, no auge da Batalha de Somme.

4. Ypres – Bélgica

A Bélgica foi um dos países que mais sofreu com os constantes embates da Grande Guerra, tendo algumas de suas cidades reduzidas à meros escombros. Após o fim da guerra, casas, monumentos e prédios foram sendo gradualmente reconstruídos. No entanto, as trincheiras em Ypres foram preservadas como lembrança dos intensos combates.

Trincheiras da “Colina 62”, em Ypres.

São quilômetros e quilômetros de trincheiras espalhadas pelos campos belgas.

5. Dodengang ou “Trincheira da Morte” – Bélgica

Dodengang é um memorial à beira do Rio Isère, nas proximidades de Diksmuide. Também conhecido como “Trincheira da Morte”, o local foi palco de batalhas por um período de quatro anos.

Dodengang foi um dos locais mais perigosos para as tropas belgas na Frente Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial.

As condições nas trincheiras eram extremamente severas. Os combatentes ficavam a uma distância extremamente próxima do inimigo. As trincheiras são abertas à visitação e fazem parte do Flanders Field, um conjunto de memoriais dedicados a histórias de guerra.

6. Fortaleza de Przemyśl – Polônia

Essa fortaleza pode ser considerada até mesmo uma cidade. Trata-se de uma série de imponentes fortificações localizadas na cidade de Przemyśl, no antigo território do Império Austro-Húngaro, construída em 1854.

Vista do quartel da fortaleza, hoje em dia.

Suas trincheiras, muralhas e fortes, são todos, incrivivelmente, interconectados. Foi cenário do Cerco de Przemyśl, uma longa batalha travada entre as tropas austro-húngaras e russas.

7. Trincheiras em Jelgava – Letônia

Até mesmo a pouco conhecida Letônia consta na lista. Na região de Jelgava, estão até hoje preservadas as trincheiras das famosas Batalhas de Natal.

Fortificações restauradas próximas a Jelgava, na Letônia.
A área de Ložmetējkalns (Colina da Metralhadora) é única porque está repleta de evidências da Primeira Guerra Mundial e das batalhas de Natal.

O local pertence ao Museu da Guerra da Letônia.

8. Butte de Vauquois – França

E por fim, mais um campo de batalha francês, o país campeão em cenários de guerra da nossa lista. Butte de Vauquois é repleto de gigantescas crateras inalteradas há mais de 100 anos. Estima-se que mais de 1.000 toneladas de explosivos explodiram nesse local, hoje já tomado pela floresta. Vauquois é sobretudo imensamente peculiar!

Trincheiras em Vauquois, França.
Crateras causadas por bombas em Vaquois, França.

Por se tratar de um local com uma visão privilegiada em 360°, esconder-se era a estratégia mais inteligente. Tal tática culminou em uma batalha subterrânea, chamada mais tarde de Batalha das Minas. Com quilômetros de galerias, abrangendo vários níveis de até 100 metros de profundidade, pelo menos 10.000 combatentes morreram aqui. O local recebe mais de 9 mil visitas todos os anos.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.