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Empresas em nome de jovens de 20 anos ganharam R$ 18,2 mi em contratos de venda de equipamentos para o Exército

por Jefferson S Publicado em 18/12/2023
Empresas em nome de jovens de 20 anos ganharam R$ 18,2 mi em contratos de venda de equipamentos para o Exército
Exército Dia do Soldado 2019 Foto Cb EstevamCComSEx
Exército Dia do Soldado 2019 Foto Cb EstevamCComSEx

Empresas registradas em nome de jovens de 20 e 21 anos, residentes no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, obtiveram contratos no valor de R$ 18,2 milhões com o Exército Brasileiro no último ano. A informação foi dada pelo portal Metrópoles.

As investigações do Metrópoles revelaram que essas empresas, envolvidas em 157 licitações da corporação, são controladas por um empresário e um contador já investigados pela Polícia Federal por fraude em licitações em outros órgãos públicos.

Os contratos incluem o fornecimento de barracas, capacetes, cantis, coldres e outros equipamentos militares. Um ex-sócio, sob anonimato, admitiu à Justiça o uso de laranjas e revelou que as empresas são criadas para participar de licitações ou simular concorrência, atendendo aos interesses de um empresário envolvido no escândalo do mensalão.

O contador responsável, Luiz Romildo Mello, tem um histórico de investigações e condenações por abrir empresas em nome de laranjas. As empresas envolvidas, como Camaqua Comércio e Serviços, Duas Rainhas Comércio de Artigos Militares, Imperato Comércio de Artigos Militares e Nova Prata Confecções, alternam sócios jovens e estão parcialmente sediadas no mesmo endereço do escritório de contabilidade de Mello.

A Duas Rainhas, aberta em julho de 2022, destacou-se com um contrato de R$ 9,2 milhões para fornecer macacões ao Exército. Documentos da licitação indicam a participação de empresas de Mello e de seu filho na validação da capacidade técnica da Duas Rainhas.

Além disso, a Duas Rainhas e a Camaqua ganharam lotes em duas licitações do Exército em 2023, totalizando R$ 15 milhões em contratos desde sua abertura. Outras empresas, como a Nova Prata e a Comercial Maragatos, também participaram de diversas licitações, apesar de uma taxa de sucesso limitada.

O Exército, em nota, afirmou que os critérios de seleção de empresas seguem a Lei de Licitações e Contratos, enfatizando a legalidade e impessoalidade dos processos. A corporação está apurando os dados dos contratos mencionados e reafirma seu compromisso com a legalidade e transparência.

Luiz Romildo de Mello, ao ser procurado, questionou o interesse nas investigações e não se pronunciou mais. Artur Wascheck Neto, empresário associado às empresas, não foi localizado para comentários.

Por Revista Sociedade Militar com informações de Metrópoles

Jefferson S

Jefferson S

Ex-militar das Forças Armadas com experiência em Gestão do Conhecimento e Inteligência Competitiva (Sebrae-RJ) e certificado como especialista de investimentos pela ANCORD, tendo atuado nos maiores escritórios da XP investimentos. Analiso e produzo conteúdos para a internet desde 2025, meu primeiro blog foi o "bizu de militar", onde passava dicas para os recrutas no Exército. Atuo na Sociedade Militar trazendo análises e conteúdos relacionados a Geopolítica, Tecnologia militar, Industria de Defesa e Inteligência Artificial.