Empresas em nome de jovens de 20 anos ganharam R$ 18,2 mi em contratos de venda de equipamentos para o Exército


Empresas registradas em nome de jovens de 20 e 21 anos, residentes no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, obtiveram contratos no valor de R$ 18,2 milhões com o Exército Brasileiro no último ano. A informação foi dada pelo portal Metrópoles.
As investigações do Metrópoles revelaram que essas empresas, envolvidas em 157 licitações da corporação, são controladas por um empresário e um contador já investigados pela Polícia Federal por fraude em licitações em outros órgãos públicos.
Os contratos incluem o fornecimento de barracas, capacetes, cantis, coldres e outros equipamentos militares. Um ex-sócio, sob anonimato, admitiu à Justiça o uso de laranjas e revelou que as empresas são criadas para participar de licitações ou simular concorrência, atendendo aos interesses de um empresário envolvido no escândalo do mensalão.
O contador responsável, Luiz Romildo Mello, tem um histórico de investigações e condenações por abrir empresas em nome de laranjas. As empresas envolvidas, como Camaqua Comércio e Serviços, Duas Rainhas Comércio de Artigos Militares, Imperato Comércio de Artigos Militares e Nova Prata Confecções, alternam sócios jovens e estão parcialmente sediadas no mesmo endereço do escritório de contabilidade de Mello.
A Duas Rainhas, aberta em julho de 2022, destacou-se com um contrato de R$ 9,2 milhões para fornecer macacões ao Exército. Documentos da licitação indicam a participação de empresas de Mello e de seu filho na validação da capacidade técnica da Duas Rainhas.
Além disso, a Duas Rainhas e a Camaqua ganharam lotes em duas licitações do Exército em 2023, totalizando R$ 15 milhões em contratos desde sua abertura. Outras empresas, como a Nova Prata e a Comercial Maragatos, também participaram de diversas licitações, apesar de uma taxa de sucesso limitada.
O Exército, em nota, afirmou que os critérios de seleção de empresas seguem a Lei de Licitações e Contratos, enfatizando a legalidade e impessoalidade dos processos. A corporação está apurando os dados dos contratos mencionados e reafirma seu compromisso com a legalidade e transparência.
Luiz Romildo de Mello, ao ser procurado, questionou o interesse nas investigações e não se pronunciou mais. Artur Wascheck Neto, empresário associado às empresas, não foi localizado para comentários.
Por Revista Sociedade Militar com informações de Metrópoles