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Comandante da Marinha joga água fria em delação de golpe: “Não aconteceria sem o meu conhecimento”

por Sérvulo Pimentel Publicado em 14/12/2023
Comandante da Marinha joga água fria em delação de golpe: “Não aconteceria sem o meu conhecimento”

O Comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, jogou um balde de água fria na delação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Cid tinha dito que o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, estava de olho num golpe de Estado. Mas o atual Comandante, Almirante Olsen, garantiu que não houve nada disso, nem planejamento, nem treinamento dos militares para um golpe.

Foto: Marinha do Brasil

 

“Houve um vazamento de uma delação em que implica o ex-comandante da Força, mas seja no meu conhecimento que isso tenha implicado a mobilização de forças ou mesmo o planejamento de emprego dessas forças, eu posso te garantir que não houve”, afirmou Olsen, num papo com jornalistas.

Cid tinha dito na delação para a Polícia Federal que Bolsonaro se reuniu com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica depois de perder as eleições, querendo saber se os militares topavam um golpe para ele continuar no Planalto.

Segundo Cid, Garnier foi o único comandante que topou, enquanto os outros comandantes militares deram um passo fora à suposta ideia do ex-presidente Bolsonaro.

Olsen, que era o comandante operacional da Marinha nos últimos meses do governo Bolsonaro, disse que se tivesse havido algum movimento golpista, ele necessariamente teria que saber. O argumento é simples: como ele não soube de nada, segue-se que não houve nada.

“Todas as forças de pronto emprego foram subordinadas a mim e não tiveram nenhum planejamento e nenhum adestramento. O emprego da Força em qualquer um desses campos de atuação não se dá sem o conhecimento e ação do comandante operacional”, disse.”

O ministro da Defesa, José Múcio, também negou que as Forças Armadas tenham participado de uma tentativa de golpe.

“O golpista é um contraventor, tenho certeza absoluta e repito muito que foi graças às Forças Armadas que a nossa democracia não foi maculada”, afirmou Múcio.

O ministro afirmou que as Forças Armadas são parceiras do governo e que estarão presentes nas comemorações do Dia da Independência, no dia 7 de setembro.

“Somos parceiros e quanto tivermos qualquer comemoração no dia 8, nós vamos ser os primeiros a chegar lá”, afirmou Múcio.

Fonte: Estadão

Sérvulo Pimentel

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