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Mais generais como alvo: depois de Braga Netto, Mourão pode ficar inelegível

por JB Reis Publicado em 07/11/2023
Mais generais como alvo: depois de Braga Netto, Mourão pode ficar inelegível
(Caçapava do Sul – RS, 27/05/2022) Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão na 1ª Ed da Festa do Azeite de Oliva 2022.

Notícia veiculada pelo jornal Metrópoles diz que o ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, será ouvido em uma ação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode declarar a inelegibilidade do senador Hamilton Mourão.

A ação, sobre a suspeita de que bolsonaristas atuaram para transformar o bicentenário da Independência em 2022 em um comício eleitoral, mira também o empresário Luciano Hang — que subiu na tribuna ao lado de Bolsonaro —, o pastor Silas Malafaia, o ruralista Antônio Galvan, entre outros.

Bolsonaro foi condenado na semana passada por outra ação sobre o bicentenário, que analisava o uso da máquina pública para insuflar o ato. Já nesta nova ação, são investigados aqueles que ajudaram a promover o evento.

Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a oitiva de Paulo Sérgio Nogueira, pois os eventos oficiais naquele dia foram organizados pelas Forças Armadas.


ABUSO DE PODER POLÍTICO

A AIJE (AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL) nº 0601002-78.2022.6.00.0000 foi ajuizada pela Coligação Brasil da Esperança (FE BRASIL/FEDERAÇÃO PSOL-REDE/PSB, SOLIDARIEDADE/AVANTE/AGIR/PROS) por suposta prática de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação, 

“Embora candidato ao Senado, Antônio Hamilton Mourão seguia Vice-Presidente da República, cargo do qual não lhe era exigido se desincompatibilizar. Porém, exatamente por sua condição de agente público e, mais, de agente político, é cabível aferir sua responsabilidade, ainda que por conivência, com eventuais desvios das comemorações do Bicentenário da Independência.

Silas Malafaia e Luciano Hang, dois notórios apoiadores do primeiro investigado [Jair  M. Bolsonaro], tiveram descritas condutas pessoais, inclusive corroboradas por documentos e por suas próprias contestações. O primeiro, custeou o trio elétrico do ato de campanha no Rio de Janeiro. O segundo, figurou em grande destaque no ato oficial em Brasília. Ambos discursaram do trio elétrico na capital federal, em apoio à reeleição do primeiro investigado.”

Veja neste link íntegra da decisão. 

 

JB Reis

JB Reis

Militar da reserva, articulista da Revista Sociedade Militar. https://linktr.ee/veteranistao