Como espelhos podem salvar o mundo de uma guerra nuclear

Pesquisadores do Instituto Max Planck de Segurança e Privacidade desenvolveram uma solução inovadora e surpreendente para proteger e monitorar armas nucleares. O desafio de garantir a segurança das ogivas nucleares, que está sob a responsabilidade de nove países, tem sido uma preocupação constante no cenário global. Para enfrentar essa ameaça, os cientistas propuseram o uso de espelhos e ondas de rádio.
O problema das armas nucleares é real, com um total de cerca de 12.700 ogivas distribuídas entre esses nove países. Essas armas são normalmente guardadas em bunkers altamente seguros, tornando difícil verificar sua presença, quantidade e movimentos não autorizados. É aí que entra a nova tecnologia de espelhos e ondas de rádio.
A ideia é simples, mas engenhosa: colocar 20 espelhos inovadores ao lado das ogivas nucleares dentro dos cofres de armazenamento, juntamente com duas antenas. Uma antena emite ondas de rádio que refletem nos espelhos, criando padrões de reflexão exclusivos por outra antena. Ao analisar esses padrões, o sistema pode identificar a localização exata das ogivas nucleares e detectar qualquer mudança em suas posições.

A grande vantagem desse sistema é que ele não depende de canais de comunicação seguros ou de hardware resistente a transparente, tornando-o mais resiliente contra possíveis ameaças ou evidências de violação.
Isso significa que organizações internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), podem instalar o sistema em bunkers nucleares para monitorar as armas.
O sistema mede as ondas de rádio refletidas nos espelhos, criando uma “impressão digital” exclusiva armazenada em um banco de dados seguro. Isso permite ao governo ou às entidades que controlam os arsenais nucleares comparar o sinal de ondas de rádio atual com a impressão digital inicial para detectar qualquer movimento não autorizado.
O sistema não é infalível, mas oferece uma solução promissora para melhorar o controle de armas nucleares e suas aplicações em diversos setores.
Segundo o Dr. Sebastien Philippe, da Universidade de Princeton, aproximadamente 70% das armas nucleares do mundo estão armazenadas em reservas militares ou aguardando desmantelamento.
A dificuldade de monitorar essas armas tem sido um desafio de longo prazo, e essa nova tecnologia de verificação pode contribuir para futuros esforços diplomáticos para limitar todos os tipos de armas nucleares.
Para testar o conceito, os pesquisadores realizaram experimentos com um contêiner contendo tambores móveis e monitoraram o ambiente usando a tecnologia de ondas de rádio. Eles descobriram que as “impressões digitais” de rádio podem ser reproduzidas de forma confiável para diferentes posições dos espelhos.
Além disso, o sistema é projetado com segurança cibernética-física, graças à presença de vários espelhos, o que aumenta a confiabilidade.
Fontes: Gizmochina e Techxplore