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Avaliamos o clássico “Irmãos de Guerra”, série de 2001 recém disponibilizada no Netflix

por Rafael Cavacchini Publicado em 04/10/2023
Avaliamos o clássico “Irmãos de Guerra”, série de 2001 recém disponibilizada no Netflix

Em 9 de setembro de 2001, a HBO estreou a fabulosa minissérie sobre a Segunda Guerra Mundial, “Band of Brothers”, ou “Irmãos de Guerra”, no Brasil. A série contava com produção executiva de ninguém menos que os inoxidáveis Tom Hanks e Steven Spielberg.

A série impressiona, tanto pelo roteiro quanto pelos efeitos visuais deslumbrantes. Toda a pirotecnia realista, no entanto, não saiu nada barata. A minissérie de 10 horas custou nada menos do que US$ 120 milhões para ser filmada, um recorde, na época. Provavelmente seria possível declarar uma guerra de verdade com todo esse montante de dinheiro.

Irmãos de Guerra: nenhum programa de entretenimento televisivo mostrou o combate em termos tão terrivelmente realistas e letais. Foto: HBO / Divulgação

“Irmãos de Guerra” contudo, faz valer todo o investimento. A série recebeu nada menos do que 20 indicações ao Emmy, levando 7 prêmios.

Mais de 20 anos após lançamento, mais apaixonante do que nunca

“Irmãos de Guerra” foi feito também em parceria com a BBC e a France2. A série é baseada no aclamado livro homônimo de Stephen E. Ambrose. O drama histórico evolui distante dos clichês habituais dos filmes e séries sobre a Segunda Guerra Mundial.

Desafiando as narrativas comuns de histórias de guerra, a minissérie se assemelha mais a um diário de eventos do que a um dramalhão com nuances de história. E, mais importante, não é o diário de um soldado em particular, mas o diário de toda a Easy Company, o lendário regimento da 101ª Divisão Aerotransportada do Exército.

Minissérie sobre a Segunda Guerra Mundial é uma das produções mais aclamadas também no HBO Max. Foto: Reprodução / JustWatch

De lá pra cá, muitos tentaram, mas é possível que nenhum – ou quase nenhum – filme de guerra tenha capturado as experiências de soldados comuns melhor do que “Irmãos de Guerra”. O mais interessante, no entanto, é o jeito como se contam essas histórias. Cada episódio começa com breves comentários de alguns dos veteranos sobreviventes da Easy Company. Frequentemente, suas observações são tão emocionantes e reveladoras que atingem o espectador de maneira muito profunda.

Fora do comum

Nenhuma outra explicação sobre o enredo é realmente necessária. Ademais, a série também não apresenta nenhuma introdução arrastada das personagens. Aliás, não há nenhum rodeio na hora de apresentar os eventos – baseados em fatos reais, vale dizer. Trata-se sobretudo de guerra, pura, simples, dura, cruel e sanguinária.

O elenco é incrível. Até um inesperado David Schwimmer dá as caras em “Irmãos de Guerra”. Aqui, o outrora simpático e romântico Ross Geller, de “Friends”, aparece como o amargo e por vezes implacável Capitão Sobel. Sua atuação é brilhante, pra dizer o mínimo. A química de Damian Lewis e Ron Livingston como Major Winters e Capitão Lewis Nixon respectivamente também funciona muito bem. De fato, todos os atores são perfeitos para suas personagens.

O mini engloba os esforços de nove diretores. Tom Hanks, o próprio, dirigiu pessoalmente o quinto episódio, “Crossroads”.

“Band of Brothers” é uma história que só poderia ser contada em uma minissérie. No mínimo. E demonstra, de maneira clara e objetiva, que a guerra é, de fato, um inferno. Vale muito a pena ver. 10/10.


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Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.