Guerra da Ucrânia: verdadeiro teste de fogo para armas da OTAN e Rússia
A Guerra da Ucrânia oferece um campo de testes único para novas armas, tanto ocidentais, como as da OTAN, quanto as armas da Rússia e seus aliados. De acordo com o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, o armamento da OTAN provou ser de longe muito melhor do que o armamento russo. O Ministério da Defesa da Rússia argumenta, no entanto, que o equipamento militar russo está tendo melhores resultados, proporcionalmente falando. Qual será a verdade?
O último artigo do Financial Times afirma que as armas entregues pelos EUA e seus aliados e parceiros da OTAN ao governo ucraniano tiveram um desempenho excelente no campo de batalha. O editorial chegou a comparar o armamento de nível da OTAN com uma Mercedez-Benz, enquanto as armas da Rússia seriam Ladas obsoletos da era soviética.
Claro, informações confiáveis e isentas de viés são muito difíceis de encontrar. No entanto, a Revista Sociedade Militar resolveu pesquisar mais sobre o assunto. E levantou algumas perguntas (e respostas) importantes.
Como os blindados ocidentais estão se saindo no front?
As perdas ucranianas em termos de equipamento militar chegaram às manchetes logo após o início da contra-ofensiva. Nas primeiras semanas, a Rússia teria destruído 16 tanques Leopard de fabricação alemã. Isso corresponde a 100% dos veículos fornecidos a Kiev pela Polônia e Portugal. O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa da Rússia no dia 3 de julho.
No dia 26 de junho, o jornal The New York Times admitiu que pelo menos 17 dos 113 veículos de combate de infantaria Bradley foram danificados ou destruídos nos combates até a data. O Ministro da Defesa russo Sergei Shoigu informou que, no mês passado, as forças russas conseguiram destruir cerca de 920 veículos blindados ucranianos nas regiões de Donbass e Zaporozhye.
No início do mês, a Rússia ainda informou que, até aquele momento, 10.535 blindados diversos pertencentes à Ucrânia já haviam sido destruídos, desde o início da guerra. No entanto, o almirante britânico, Sir Tony Radakin, rebateu. Radakin declarou que a Rússia já perdeu “metade de sua eficácia de combate”, além de cerca de 2500 tanques.
‘26.000’ soldados ucranianos mortos, alega Rússia
O ministro da Defesa russo estimou que as perdas de Kiev durante a contra-ofensiva foram de 26.000 homens. A Ucrânia, no entanto, não forneceu números de vítimas e a Revista Sociedade Militar também não conseguiu verificar os números de forma independente.
Entretanto, o Washington Post informou que os mísseis balísticos do tipo ATACMS, que foram repetidas vezes solicitados pela Ucrânia, não serão enviados em um futuro previsível. Isso porque a produção é limitada a cerca de 500 mísseis por ano e todos já teriam sido marcados primordialmente para exportação para compradores estrangeiros.
Atualmente, o míssil de maior alcance da Ucrânia é o Storm Shadow (SCALP), fornecido pelo Reino Unido e pela França, com um alcance de mais de 200 km. Esses mísseis foram lançados contra posições russas principalmente na Crimeia pela primeira vez em 19 de julho com sucessos ainda a serem verificados.
EUA declara que uso de bombas “cluster” contra a Rússia está funcionando
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca John Kirby declarou que que bombas cluster fornecidas pelos EUA à Ucrânia já estariam sendo usadas.
As controversas munições cluster fornecidas pelos Estados Unidos estão sendo usadas “efetivamente” pelas forças ucranianas sobretudo em sua contra-ofensiva contra a invasão da Rússia, disse o alto funcionário.
“Recebemos alguns comentários iniciais dos ucranianos e eles os estão usando de maneira bastante eficaz”, disse o porta-voz John Kirby, a repórteres na quinta-feira.
Fonte: Al Jazeera / Sputnik / The New York Times / Financial Times / Washington Post / Newsweek / NATO
