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Opinião negativa de site chinês sobre o Exército Brasileiro viraliza e gera polêmica

por Rafael Cavacchini Publicado em 14/06/2023
Opinião negativa de site chinês sobre o Exército Brasileiro viraliza e gera polêmica

Como noticiado anteriormente aqui na Revista Sociedade Militar, o portal chinês Sohu.com publicou uma notícia extremamente desfavorável ao Exército Brasileiro. A matéria, com um conteúdo de gosto duvidoso, pegou mal nos círculos militares brasileiros e gerou forte reação.

A chamada da notícia diz “Os quatro países mais inúteis em guerra do mundo”. A foto é do Exército Brasileiro. Foto: Reprodução / Sohu.com

A reportagem, de fato, é rasa e carece de observações mais técnicas. No entanto, o Sohu é um portal influente na China, com um alcance de mais de 700 milhões de visualizações por mês. Portanto, fazer uma análise como essa, em que coloca o Exército Brasileiro como o quarto pior do mundo, naturalmente, provocou muitos comentários internet afora. Inclusive dos nossos leitores.

Trecho da matéria critica atuação brasileira durante a Segunda Guerra Mundial

A reportagem começa dizendo que “o quarto lugar [do ranking de piores exércitos] é o Brasil, um país bem conhecido no mundo”. Em seguida: “Pode-se dizer que o Brasil joga muito bem futebol. No entanto, não é muito bom em coisas como travar guerras.”, pontua.

O parágrafo continua: “Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil já lutou ao lado dos Estados Unidos, mas o que deixou as pessoas estupefatas foi que a disciplina do exército brasileiro era muito frouxa, e havia grandes problemas com a aparência.”.

A matéria, contudo, não se apega a nenhuma questão técnica ou econômica. Por exemplo, no trecho que fala sobre o segundo colocado na lista, a Coreia do Sul, o jornalista do Sohu escreveu: “A Coreia do Sul raramente venceu uma guerra na história. Além disso, a partir da Guerra da Coreia, ficou claro que a Coreia do Sul não tem força e não pode se dar ao luxo de combater”. 

Nenhuma citação sobre o tamanho das Forças Armadas Sul-coreanas, ou os investimentos considerados de alta tecnologia que o país faz em equipamento militar.

Reação dos leitores

Os leitores da Revista Sociedade Militar tiveram reações mistas com a reportagem. Um comentário concordou com o site chinês, acrescentando que “O Exército Brasileiro é o reflexo de suas lideranças. Sabem como estes líderes chegaram à lideranca? Meritocracia ou Bajulocracia?”. 

Outro leitor se queixou do estado das Forças Armadas brasileiras atualmente. “Isso é uma reflexão do vergonhoso momento pelo qual nossas forças armadas estão passando, falta credibilidade, respeito e confiança.”, observou.

Um outro internauta, no entanto, observou que nem tudo é uma questão de capacidade de combate. “Na verdade não temos forças capaz de entrar em uma guerra, mas temos um exército que ajuda o povo nas dificuldades”, escreveu o leitor. “[O Exército Brasileiro] tira meninos da rua para servir o país e serem homens de bem, uma pessoa boa respeitosa.”, concluiu.

“Velha guarda” do Exército também opinou sobre a matéria

“Foi-se o tempo que vestir a farda verde oliva era um privilégio, uma honra.”, comentou um internauta. “Sou da classe de 1966, regime militar, os melhores anos passados no Exército Brasileiro. Hoje, virou piada.”, lamentou.

“Imbecil é quem acredita nessa fake news”, criticou outro internauta. “Servi o exército e sei muito bem como é o preparo da nossa tropa. Acreditar nessa matéria é cretinice.”, enfatizou.

Um outro leitor foi mais ameno em suas observações. “O exército tem que agradecer a opinião da China e melhorar sua qualidade. A China não fez críticas, fez uma constatação.”, opinou.

Certamente é um assunto que dá o que falar. Civis e militares tem opiniões muito divergentes sobre o assunto e sobre a matéria, em si.

E você? Qual sua opinião sobre a reportagem? 

Rafael Cavacchini

Rafael Cavacchini

Nascido na cidade de Itu, interior de São Paulo, Rafael Cavacchini é empresário, radialista, jornalista e ator. Apaixonado por arte, é ator de teatros desde 2013, participando em peças que vão de tragédias clássicas a musicais. É também radialista no programa “A Kombi Desgovernada”, sucesso em três estações de rádio desde 2015. Começou a escrever muito cedo, inicialmente por hobby. Mas foi apenas em 2011 que transformou o prazer em profissão, quando entrou para o quadro de jornalistas convidados da Revista SuplementAção. Em 2015, tornou-se colunista no Portal Itu.com.br e, no mesmo ano, jornalista convidado da Revista Endorfina. Foi escritor e tradutor do Partner Program do site Quora, uma rede social de perguntas e respostas e um mercado de conhecimento online, com sede em Mountain View, Califórnia. Sua visibilidade no Quora chamou a atenção da equipe da Revista Sociedade Militar. Faz parte do quadro da RSM desde fevereiro de 2023, tendo escrito centenas de artigos e reportagens.