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Guerra do Vietnã: conheçam Phan Thi Kim Phuc, a “menina da foto” e a mais célebre vítima do Napalm.

por Franz Publicado em 23/04/2023
Guerra do Vietnã: conheçam Phan Thi Kim Phuc, a “menina da foto” e a mais célebre vítima do Napalm.

Guerras são lembradas por seus desdobramentos, as vitórias obtidas, a presença de homens e mulheres que ingressam nas Forças Armadas para defender sua pátria e seus ideias. Entretanto, nem toda guerra é plena de honra e glória. Alguns conflitos são marcados por atos vis e covardias tamanhas que ficam registradas para sempre nos anais da Histõria. Uma dessas covardias foi o ataque com Napalm a uma aldeia vitnamita. Entre as vítimas, a mais conhecida é Phan Thi Kim Phuc, uma menina que, à época, tinha apenas nova anos de idade. Uma menina que entrou definitivamente para a História ao ser fotografada no longínquo ano de 1972, nua, em prantos e com grande parte de seu corpo corroído pelo Napalm. Esta é a história que iremos narrar para que a memória deste evento jamais seja esquecida.

Organização cronológica dos fatos que envolveram Kim Phuc: 

Phan Thi Kim Phuc é a vietnamita que ficou marcada mundialmente como a “Menina da Foto”. Essa alcunha foi recebida após ser fotografada em 1972, com apenas nove anos de idade, correndo nua e em chamas após um bombardeio com napalm em sua aldeia durante a Guerra do Vietnã. A foto a imortalizou como o símbolo máximo da covardia e da crueldade das guerras, sobretudo a Guerra do Vietnã. 

Apesar das sequelas físicas, Kim Phuc cresceu e se tornou uma combatente ferrenha contra as guerras e os abusos nelas praticados. Com o passar dos anos, a menina se transformou em uma mulher cujas palavras e depoimentos foram importantíssimos para outras vítimas das guerras e também um símbolo vivo da resistência contra os excessos praticados em combate. 

A icônica foto foi produzida pelo fotógrafo vietnamita Nick Ut que capturou a imagem icônica destacando a menina correndo, com uma expressão de dor no rosto, seguida por outras crianças e adultos.

Em 1982, Kim Phuc se formou em medicina na Universidade de Havana, em Cuba, e retornou ao Vietnã para trabalhar como enfermeira. Ela se especializou em pediatria e se dedicou a ajudar crianças vítimas de guerras e conflitos armados. Em 1992, ela se casou com Bui Huy Toan, um estudante vietnamita que conheceu em Cuba.

Sua vida guinou completamente no ano de 1996, quando ela e sua família conseguiram asilo político no Canadá. Lá, Kim Phuc se tornou cidadã canadense em 1997 e fundou a Fundação Kim Phuc, que ajuda crianças vítimas de guerras ao redor do mundo. Ela também se tornou Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO em 1997 e tem trabalhado incansavelmente na busca pela paz e a preservação dos Direitos Humanos.

Ao longo dos anos, Kim Phuc tem sido reconhecida por seu ativismo e sua coragem. Em 2004, ela recebeu o Prêmio da Paz de Dresden e, em 2015, encontrou-se com John Plummer, um dos soldados americanos que a ajudou após o bombardeio em 1972.

Hoje em dia, Kim Phuc continua a dar palestras e a escrever livros sobre sua história e suas experiências. Ela é uma inspiração para muitas pessoas ao redor do mundo, não só por sua resiliência e determinação, mas também por sua mensagem de esperança e amor pela vida.

  • 8 de junho de 1972: Kim Phuc é eternizada na História através de uma fotografia feita durante um bombardeio com napalm em sua aldeia, Trang Bang, no Vietnã do Sul.
  • Kim Phuc sofre queimaduras de terceiro grau em mais de 30% do corpo e passa por diversas cirurgias e tratamentos dolorosos.
  • 1975: Após o fim da Guerra do Vietnã, Kim Phuc volta a estudar e se torna uma estudante exemplar, com interesse especial em matemática e ciência.
  • 1982: Kim Phuc se forma em medicina na Universidade de Havana, em Cuba, e retorna ao Vietnã para trabalhar como enfermeira.
  • 1986: Kim Phuc consegue permissão do governo vietnamita para estudar na Universidade de Havana novamente, onde se especializa em pediatria.
  • 1992: Kim Phuc casa-se com Bui Huy Toan, que conheceu enquanto estudava em Cuba.
  • 1996: Kim Phuc e sua família conseguem asilo político no Canadá, onde se tornam cidadãos em 1997.
  • Kim Phuc funda a Fundação Kim Phuc, que ajuda crianças vítimas de guerras ao redor do mundo.
  • 1997: Kim Phuc torna-se Embaixadora da Boa Vontade da UNESCO.
  • 2004: Kim Phuc recebe o Prêmio da Paz de Dresden.
  • 2015: Kim Phuc encontra-se com um dos soldados americanos que a ajudou após o bombardeio em 1972, John Plummer.
  • Kim Phuc continua a trabalhar em prol da paz e dos direitos humanos, dando palestras e escrevendo livros sobre sua história e suas experiências.

Dez livros em português para que se aprofundem no tema: 

  1. A menina da foto: A história de Kim Phuc, a fotografia e a guerra do Vietnã” por Denise Chong
  2. “Estrada do fogo: A jornada da Garota de Napalm pelos horrores da guerra até a fé, o perdão e a paz” por Kim Phuc Phan Thi e Ashley Wiersma
  3. “Napalm: Uma biografia americana” por Robert M. Neer
  4. “Victor Charlie: O rosto da guerra no Vietnã” por Donut Dolly, Ann H. Bernard e Terry Barnhart
  5. “Triage: O diário de um cirurgião de combate no Vietnã” por Richard Carmona
  6. “A Guerra do Vietnã: Uma história íntima” por Geoffrey C. Ward e Ken Burns
  7. “Vietnã: Uma história” por Stanley Karnow
  8. “Despachos” por Michael Herr
  9. “O que eles levaram” por Tim O’Brien
  10. “Matterhorn: Um romance da Guerra do Vietnã” por Karl Marlantes
Franz

Franz

Escritor, desenhista e filósofo em dias de calmaria, escreve também no https://apogeudoabismo.blogspot.com.br